Revista Ciências Humanas

Os estudos sobre comunicação na América Latina mostram fortes mudanças no paradigma tradicional, pois, assim como os meios de comunicação de massa, a sociedade se transformou; especialmente em regimes democráticos caracterizados pela alternância eleitoral, inovação social e profundas permutações na sociedade de consumo, que abrem caminho para a abordagem multidisciplinar e transdisciplinar das ciências humanas e sociais.

As campanhas políticas também foram modificadas e, portanto, é necessário refletir sobre o alcance do discurso de ódio e o papel das emoções na tomada de decisões eleitorais e na democracia, em uma sociedade com mais informações e dados nas redes sociais.

Durante muitos anos, se acreditou que a mídia exercia sua influência principalmente sobre regimes autoritários. No entanto, observa-se agora que, mesmo em democracias consolidadas, ela também serve de suporte para determinados discursos. Além disso, novas manifestações comunicativas, como o populismo, as fake news e a pós-verdade, trouxeram elementos integradores da sociedade de consumo e do marketing.

Retornar a uma sociedade baseada na convivência, interação e participação coletiva exige a compreensão de como governos, organizações e instituições se comunicam para preservar o status quo. Por outro lado, é visível o crescimento da mídia alternativa, como rádios e televisões comunitárias, que busca se desvincular da hegemonia e controle das instituições.