A EDUCAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE ELABORAÇÃO: ENTRE MEMÓRIAS E EXPERIÊNCIAS

Autores

  • José Mauro de Oliveira Braz Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO
  • Francisco Ramos de Farias Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO

DOI:

https://doi.org/10.32813/2179-1120.2016.v9.n2.a321

Palavras-chave:

Memória, Educação, Segregação.

Resumo

O presente artigo objetiva abordar a educação como mecanismo de reconhecimento de determinadas categorias sociais que são historicamente excluídas. Por intermédio da reflexão de cunho sócio-histórico, procura-se demonstrar que a exclusão repetitiva de determinadas categorias sociais não é uma experiência, mas sim fruto de uma memória transmitida de geração em geração. Desta forma perpetua-se a marginalização social de pessoas em função de seus traços diferenciados, no que concerne a uma classe considerada normal. No contexto de instituições que segregam, encontra-se historicamente a escola, que como um aparelho ideológico por excelência, não tem se voltado para elaborar as memórias que reforçam a exclusão. Com isso legados institucionais são assimilados e funcionam para a manutenção da exclusão a medida que fomentam estereótipos e estigmas. Apesar de encontrar-se em uma posição de indiferença em relação aos segregados, a escola pode surgir como um atenuante da exclusão e da segregação, onde, por intermédio da ação da pedagogia democrática, hoje concebida como pedagogia crítica, poderá construir um ambiente de convivência mais harmonioso entre categorias sociais que ainda nos dias atuais, são segregadas.

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Biografia do Autor

José Mauro de Oliveira Braz, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO

Doutorando em Memória Social pelo Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Pedagogo, com licenciatura plena, pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Pesquisador participante do projeto A construção da Memória da Educação Prisional do Estado do Rio de Janeiro sendo também bolsista DS da CAPES. Durante três anos e meio foi bolsista de Iniciação Científica (CNPq) no projeto A Construção de narrativas acerca da Memória Social no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Heitor Carrilho. Participação em eventos nacionais e internacionais com apresentação de trabalhos e publicação em anais. Tem como áreas foco de pesquisa a Educação em prisões, Educação de Jovens e Adultos e Legislação Educacional. Publicação de artigos em periódicos internacionais e nacionais e capítulos de livro. Na graduação realizou estágio na Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, na qual posteriormente continuou a se aprofundar nas temática da educação. Atualmente é suplente da Comissão de Educação no Fórum Estadual de Educação. Possui experiência na organização de audiências públicas e eventos acadêmicos, bem como na construção de legislação da área educacional.

Francisco Ramos de Farias, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO

Bacharel e Psicólogo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1978), Especialista em Psicologia Clínica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Mestre em Psicologia, área Motivação e Aprendizagem pela Fundação Getúlio Vargas - RJ (1983) e Doutor em Psicologia, área Psicologia Cognitiva, pela Fundação Getúlio Vargas - RJ (1987). Bolsista de Produtividade em Pesquisa 2. Atualmente é consultor Ad Hoc da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), professor associado da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, do Departamento de Fundamentos da Educação e do Programa de Pós-Graduação em Memória Social, Ex-editor responsável do periódico Actas Freudianas da Sociedade de Estudos Psicanalíticos de Juiz de Fora, Ex-diretor de cultura, pesquisa e publicações da Sociedade de Estudos Psicanalíticos de Juiz de Fora. Consultor do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Assessor Científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Publicou pela Editora Revinter: Histeria e Psicanálise, A pesquisa nas ciências do sujeito e Psicose: ensaios clínicos; pela Editora 7Letras: Por que, afinal, matamos?; pela Editora Contracapa: Apontamentos em Memória Social; pela Editora Juruá: Trauma, Memória e Violência em coautoria com Glaucia Regina Vianna e pela Editora Lumen Juris: Punição e Prisão: ensaios críticos em coautoria com Lobelia da Silva Faceira. Participou de bancas de concursos públicos, de dissertações e teses. Apresentou em programas jornalísticos de televisão (Rede Globo, TVE, CNT) a pesquisa sobre criminalidade, violência e trauma. Apresentou matérias em jornais e seminários. Pesquisa atualmente sobre a temática violência, educação prisional, trauma e memória social. Participação em congressos nacionais e internacionais. Publicações em periódicos nacionais e internacionais. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Intervenção Terapêutica, atuando principalmente nos seguintes temas: crime, desejo, memória social, criminalidade e perversão.

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Publicado

2016-12-29

Como Citar

Braz, J. M. de O., & Farias, F. R. de. (2016). A EDUCAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE ELABORAÇÃO: ENTRE MEMÓRIAS E EXPERIÊNCIAS. Revista Ciências Humanas, 9(2), 14-23. https://doi.org/10.32813/2179-1120.2016.v9.n2.a321