O fracasso escolar no cenário das patologias da contemporaneidade
Resumo
Abordar o fracasso escolar, no âmbito das patologias contemporâneas, requer situar a dimensão histórica das relações sociais características de uma época. Quando aludimos ao aforismo: o inconsciente é o social, estamos desvinculando-nos das leituras que opõem individuo e sociedade e pensando o fracasso escolar como reflexo de contingências, transformações históricas e determinações inconscientes na rubrica de sintoma social, cuja estrutura é o reflexo da produção do discurso dominante de uma época. Por isso, faz-se necessário situar o discurso e a prática pedagógica que surgiu na Era Moderna para compreender o fracasso escolar, expressão que vai de encontro aos ideais esperados, pela escola, em termos do funcionamento ideal de aprendizagem. Mas, se o sintoma resulta de uma verdade recalcada, qual verdade figura no fracasso escolar? Trata-se do retorno e insistência decorrentes do destino que a civilização confere ao mal-estar do ser falante. Assim, o fracasso escolar, retorno de uma verdade, atrela-se à contingência histórica, ou seja, concerne às patologias da atualidade nas quais persiste o ideal de transformar e melhorar a sociedade, pelo aprimoramento da técnica e progresso científico, condições para libertação e felicidade. A execução de tal empreitada pauta-se num modelo forjado, que enquadra a criança numa infância tecnicizada. De resto, o fracasso escolar insinua-se na contramão das demandas sociais, que exigem igualdade e ceifam as expressões de singularidade, pois revela uma verdade subjetiva, excluída dos espaços instituídos pelo discurso dominante, que prima por modalidades ortopédicas para sustentar o ideal de homens perfeitos.
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