RIQUEZA, TERRA E PODER NO GRÃO-PARÁ DO SÉCULO XVIII
DOI:
https://doi.org/10.32813/2179-1120.2023.v16.n1.a962Palavras-chave:
Amazônia, Mobilidade Social, Câmara, Engenho, AgriculturaResumo
O artigo tem por objetivo traçar o perfil da elite econômica da Amazônia Colonial Tocantina, região integrante da capitania do Grão–Pará na segunda metade do século XVIII, dando destaque às atividades nas quais estava envolvida e às estratégias por ela utilizadas para angariar também poderes políticos. Foram realizadas pesquisas documentais no Arquivo Público do Estado do Pará e no Arquivo Histórico Ultramarino. A partir da análise de diferentes tipos de fontes, chegamos ao resultado de que na região investigada, ser rico perpassava pelo envolvimento em atividades rurais, como a agricultura e a posse de engenhos e engenhocas. Essa elite econômica buscou também angariar poderes políticos, a partir, principalmente, do estabelecimento de relações sociais com importantes sujeitos localizados tanto na colônia quanto no reino. Mediante um diálogo com a historiografia, o trabalho observou semelhanças e diferenças do perfil da elite econômica do Tocantins Colonial em relação a de outras regiões da América Portuguesa ou mesmo da própria capitania do Pará.
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