O PAPEL DO ESTADO NA PROVISÃO DO CUIDADO: entre a cobertura social e a “crise do cuidado”
DOI:
https://doi.org/10.32813/rchv12n12019artigo1Palabras clave:
Cuidado. Estado. Bem-Estar Social. Mulheres. Trabalho.Resumen
Este artigo tem por escopo analisar o papel do Estado na provisão do cuidado, como cobertura social para que as mulheres possam ter equidade na participação, manutenção e conciliação no mercado de trabalho, ou seja, como garantir o reordenamento das maneiras de satisfazer as necessidades de cuidados sem passar pela “crise dos cuidados”. Especificamente, aborda-se um debate sobre desenvolvimento social e políticas de cuidado e o gênero como marcador de diferença nos cuidados com as pessoas. O texto apresenta e analisa os dados secundários coletados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2017) sobre outras formas de trabalho. Conclui-se que as políticas de cuidados não garante a equidade de oportunidades para homens e mulheres entrarem no mercado de trabalho. Os cuidados com as pessoas e de suas famílias é realizado pelas mulheres, acirrando o contrato da desigualdade de gênero.
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