A replicação de estereótipos de raça em personagens pretas na produção cinematográfica brasileira entre os anos de 2012 e 2019

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.32813/2179-1120.2025.v18.n1.a1063

Palabras clave:

Estereótipo racial; Racismo; Gênero; Cinema.

Resumen

Este estudo investigou o papel do cinema brasileiro enquanto tecnologia de raça, por meio da análise dos estereótipos frequentemente vinculados às mulheres negras: a mulata, a doméstica e a mãe preta. Para isso, foram analisados os personagens do núcleo central dos 10 filmes brasileiros de maior bilheteria, a cada ano, considerando os anos de 2012 a 2019. Os personagens foram categorizados inicialmente em termos de “pretos” ou “pardos”. Ambas as categorizações foram realizadas independentemente por dois assistentes de pesquisa, em cada etapa obtiveram o índice de concordância igual a 70% e 77%, respectivamente. Observou-se uma ínfima participação de mulheres pretas nos núcleos principais (2,52%), e a alta recorrência do estereótipo da doméstica entre os anos. Desse modo, as produções nacionais mais vistas têm reproduzido e replicado estereótipos de mulheres pretas, funcionando como tecnologias de raça e de gênero.

Métricas

Cargando métricas ...

Citas

Almeida, Sílvio Luiz De. O que é racismo estrutural? Letramento. 2018.

Butler, J. Problemas de Gênero. Feminismo e Subversão da Identidade (4° Edição). Rio De Janeiro. Civilização Brasileira, 2012.

Cellard, A. A Análise Documental. In: Poupart, J. Et Al. A Pesquisa Qualitativa: Enfoques Epistemológicos e Metodológicos. Petrópolis, Vozes, 2008.

Cardoso, Cláudia Pons. Amefricanizando O Feminismo: O Pensamento De Lélia Gonzalez. Rev. Estud. Fem., Florianópolis, V. 22, N. 3, P. 965-986, Dez. 2014.

Candido, Marcia Rangel; Júnior, João Feres. Representação E Estereótipos De Mulheres Negras No Cinema Brasileiro. Rev. Estud. Fem., Florianópolis, V. 27, N. 2, E54549, 2019.

Candido, Marcia; Daflon, Verônica; Júnior, João Feres. Cor e Gênero no Cinema Comercial Brasileiro: Uma Análise Dos Filmes De Maior Bilheteria. Revista Do Centro De Pesquisa e Formação, P.116-135, 2016.

Carneiro, Sueli. Enegrecendo O Feminismo: A Situação Da Mulher Negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. Geledés, 2011.

Costa, Lygia Pereira Dos Santos. Direções do Olhar: Um Estudo Sobre As Poéticas e Técnicas de Diretoras Negras do Cinema Brasileiro. Dissertação (Mestrado Em Meios E Processos Audiovisuais) - Escola De Comunicação E Artes, Universidade De São Paulo, São Paulo, 2020.

Davis, Angela. Mulheres, Raça e Classe. São Paulo: Boitempo, 2016.

Gonzalez, Lélia. Racismo e Sexismo na Cultura Brasileira. In: Silva, L. A. Et Al. Movimentos Sociais Urbanos, Minorias E Outros Estudos. Ciências Sociais Hoje, Brasília, Anpocs N. 2, P. 223-244, 1983.

Gonzalez, Lélia. A Importância da Organização da Mulher Negra no Processo de Transformação Social. Raça e Classe, Brasília, Ano 2, N. 5, P. 2, Nov./Dez. 1988.

Gonzalez, Lélia. Primavera Para As Rosas Negras. São Paulo: Ucpa Editora, 2018.

Hooks, Bell. Não Sou Eu Uma Mulher. Mulheres Negras e Feminismo. 1ª Edição, 1981. Tradução Livre Para A Plataforma Gueto. Janeiro 2014.

Lorde, Audre. Irmã Outsider, 1° Ed. Belo Horizonte; Autêntica Editora, 2019.

Moreira, Adilson. Racismo Recreativo. São Paulo. Sueli Carneiro; Pólen, 2019.

Moroz, Melania; Rubano, Denise Rosana. Subjetividade: A Interpretação Do Behaviorismo Radical. Psic. Da Ed., V. 20, Pp. 119-135, 2005.

Oliveira, I. D. M, Santos, N. C. S. Solidão Tem Cor? Uma Análise Sobre A Afetividade Das Mulheres Negras. Interfaces Científicas - Humanas E Sociais, Aracaju, V.7, N.2, P. 9-20, 2018.

Pacheco, Ana Cláudia Lemos. “Branca Para Casar, Mulata Para Foder, Negra Para Trabalhar”: Escolhas Afetivas e Significados de Solidão entre Mulheres Negras em Salvador, Bahia.Tese (Doutorado) – Unicamp, Campinas, 2008.

Pacheco, Ana Cláudia Lemos. Mulher Negra: Afetividade e Solidão, Salvador, Edufba, 2013.

Pereira, L.; Ramalho, V. A Construção da Identidade da Mulher Negra no Brasil. Rev. Comunicaciones En Humanidades, P. 34-49, 2017.

Pereira. B. De Escravas a Empregadas Domésticas - A Dimensão Social e o "Lugar" Das Mulheres Negras No Pós-Abolição. Xxvi Simpósio Nacional De História, V. 1, P. 1-7. São Paulo. 2011.

Poker, J. G. A. B. Mídia, Ideologia E Estratégias De Dominação. Revista São Luis Orione, V. I, P. 54-66, 2015.

Rubin, Gayle. The Taffic In Women: Notes On The “Political Economy” Of Sex. In: Reiter, Rayna R. (Org.) Toward Na Anthropology Of Women. Nova Iorque: Monthly Review Press, P. 157-210, 1975.

Rosa, Fábio José Paz Da. Cinema Negro Feminino, Estética E Política Na Formação De Professoras: Uma Experiência Com O Filme Kbela1 1. Educar em Revista, V. 37, 2021.

Saffioti, H. Gênero, Patriarcado, Violência. 2ª Ed. São Paulo: Expressão Popular: Fundação Perseu Abramo, 2015.

Souza, N. S. (1983). Tornar-Se Negro (2ª Ed.). Graal.

Sales, Michelle; Pereira, Ana Cristina. Contracinema: Mulher E Território Nos Filmes Yvonne Kane (2015), De Margarida Cardoso E Praça Paris (2017), De Lucia Murat. Revista Transversos, [S.L.], N. 19, P. 139 - 159, Ago. 2020.

Zanello, V. Saúde Mental, Gênero e Dispositivos: Cultura e Processos de Subjetivação. Appris, 2018.

Publicado

2025-02-28

Cómo citar

Rodrigues, L. F., Nascimento, V. B. do, & Marques, N. S. . (2025). A replicação de estereótipos de raça em personagens pretas na produção cinematográfica brasileira entre os anos de 2012 e 2019. Revista De Ciencias Humanas, 18(1). https://doi.org/10.32813/2179-1120.2025.v18.n1.a1063

Número

Sección

Artículo original