Interfaces da Educação com políticas públicas e práticas educacionais
DOI:
https://doi.org/10.32813/2179-1120.2019.v12.n3.a603Palavras-chave:
.Resumo
Neste último quadrimestre de 2019, a Revista de Ciências Humanas da Universidade de Taubaté reúne artigos com temáticas diversas, que encontram na educação e no ensino um eixo central de investigação e de análise. Nota-se que a diversidade temática apresentada revela os fenômenos e as contradições vividas na realidade brasileira contemporânea. Conjectura-se, nesse momento político conjuntural, uma direção governamental de regressão de direitos sociais com cortes/contingenciamentos orçamentários na Educação e nas demais políticas sociais, que têm em sua base o liberalismo e o conservadorismo.
Diante desse contexto, esse número apresentou um caminho de resistência, pois desvelou aspectos da desigualdade social como resultado da trajetória política do país ao tratar das nuances presentes na política de educação, além de valores que perpassam questões relacionadas ao meio ambiente, à intervenção docente e aos novos instrumentos de representação indenitárias e culturais.
O leitor terá a oportunidade de tecer reflexões desde as raízes estruturais da sociedade, com a temática da desigualdade, até os fenômenos contemporâneos ora apresentados. Buscando um encadeamento lógico para a organização dos artigos, encontramos pesquisas que investigam a escola como porta de entrada de crianças e jovens para a educação formal, e como porta de saída dos egressos para o mundo do trabalho. Ao acompanhar o percurso dessas crianças e jovens através das instituições de ensino, os artigos aqui reunidos destacam temas como identidade, cultura, criatividade, desigualdade social, meio ambiente e era digital. Convidamos o leitor a percorrer conosco esse trajeto, e a conhecer as perspectivas dos pesquisadores sobre essa passagem – ora assustadora, ora fascinante – pelo caminho da educação formal.
Os artigos que abrem a edição destacam questões relacionadas ao acesso à educação. O primeiro deles, “Caracterização da política de assistência estudantil: um enfoque na Universidade de Brasília”, versa sobre a democratização do acesso ao ensino superior, analisando a política de assistência estudantil frente ao cenário de desigualdades sociais. Em seguida temos o artigo “Formação para a inclusão da equipe pedagógica do Colégio Militar Dom Pedro II”, que analisa o acesso de pessoas com necessidades educacionais especiais na Educação Básica. No artigo “Políticas de acesso nos processos seletivos da rede de educação profissional no Brasil: uma análise de desempenho”, coloca-se em questão a adequação dos processos seletivos para o ingresso de estudantes no Ensino Médio Profissionalizante.
Em sequência, o leitor encontrará dois artigos que abordam a temática da desigualdade social e suas consequências, dentre elas, as situações de vulnerabilidade social e dificuldade de acesso à educação de qualidade. Em “A contrarreforma do Estado como fator de agravamento nas desigualdades da sociedade brasileira a partir dos anos de 1990”, aborda-se a questão da política neoliberal como fator de agravamento das desigualdades sociais e a emergência do neoconservadorismo como expressão do caráter hierarquizado e autoritário da sociedade brasileira. Em “A formação profissional de jovens para além do mercado: o que pensam os docentes de uma associação profissionalizante”, a formação de jovens em situação de vulnerabilidade social é analisada a partir da perspectiva de docentes.
Ainda sob o enfoque da perspectiva docente, o artigo “Enfermeiro é um educador? Representações sociais sobre a prática docente” analisa as representações sociais da docência para enfermeiro professor de cursos de graduação em Enfermagem, enquanto o artigo “Intervenção para o desenvolvimento da criatividade de estudantes de engenharia” aborda o tema da preparação profissional e do desenvolvimento da criatividade, encontrando na motivação um fator primordial no processo de aprendizagem. Ainda nesse bloco, temos o artigo “Educação transformadora: desenvolvendo a consciência ambiental em alunos do ensino fundamental”, que aborda a questão da educação ambiental aliada ao fortalecimento da autonomia dos alunos do ensino fundamental.
Na era digital, o tema da educação informatizada não poderia ser deixado de lado. Os últimos dois artigos desta edição abordam temáticas relacionadas à internet, às mídias digitais e à alfabetização no mundo digital. O artigo “Identidade, representação e cultura: a relação ‘raiz x nutella’ nas mídias sociais” discorre sobre as representações identitárias e culturais expostas na internet por meio das mídias sociais. Fechando a edição, temos o artigo “Alfabetização na era digital: um apelo à realidade”, que discute as concepções de professores alfabetizadores sobre a alfabetização na era digital.
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