MARGARIDA CARDOSO E AS MULHERES DA CASA-GRANDE
RECONFIGURAR A MEMÓRIA (PÓS)COLONIAL A PARTIR DA BRANQUITUDE
DOI:
https://doi.org/10.32813/2179-1120.2121.v14.n2.a751Palabras clave:
Costa dos Murmúrios;, Yvone Kane;, Margarida Cardoso, Memória;, Branquitude;Resumen
Compreendo a obra de Margarida Cardoso como parte de um movimento global da arte portuguesa contemporânea que visa refletir sobre o presente à luz de um passado recente. Defendo que a investigação da autora parte da necessidade de ultrapassar um evento silencioso e silenciado que marcou a sociedade portuguesa desde os anos 1970 até à década de 1990 e situo a sua perspetiva partindo das ideias de branquitude e de fragilidade branca. Proponho uma reflexão discursiva e crítica em torno de A Costa dos Murmúrios (2006) e Yvone Kane (2015) que visa problematizar a forma como Margarida Cardoso organiza a sua subjetividade feminina, branca e burguesa por forma a construir uma memória insustentável sobre as mulheres brancas, em África, que as desculpabiliza de toda a violência colonial e que as coloca numa posição de fragilidade relativamente às mulheres negras, colonizadas e pobres.
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