APONTAMENTOS SOBRE HIPNOSE E A LÓGICA DE MERCADO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.32813/2179-1120.2022.v15.n1.a906

Palavras-chave:

Subjetividade, capitalismo, hipnose

Resumo

As modificações no mundo do trabalho, guiadas por princípios capitalistas neoliberais, acarretam mudanças nas subjetividades que tentam, a todo custo, adequar-se às demandas exigidas pelo mercado. A intensa competitividade e busca desenfreada pelo lucro somada aos imperativos de flexibilidade e performance aumentam a necessidade de explorar áreas laborais emergentes como, por exemplo, o campo das práticas terapêuticas. Assim, o presente ensaio, por meio de uma discussão teórica sobre as transformações do trabalho ao longo do tempo e uma breve descrição da história da hipnose, aponta como os princípios da lógica de mercado podem capturar a hipnoterapia, aproveitando-se da sua não regulamentação em território nacional para tentar torná-la um mero negócio lucrativo que privilegia seu lado instrumental e que não parece se preocupar com questões éticas importantes, como a qualidade das formações e a prudência quanto às promessas veiculadas acerca do tratamento. Tais apontamentos servem de reflexão para os interessados na medida em que a lógica cega do mercado e hipnoterapia pode ser um encontro perigoso para seu avanço e consolidação como prática de valor e não apenas de preço. 

Metrics

PDF views
417
Dec 31 '22Jan 01 '23Jan 04 '23Jan 07 '23Jan 10 '23Jan 13 '23Jan 16 '23Jan 19 '23Jan 22 '23Jan 25 '23Jan 28 '238
| |

Referências

Adler, S. P. (2019). Hipnose Ericksoniana: estratégias para a comunicação efetiva. Qualitymark Editora.

Araújo, M. R. M., & Morais, K. R. S. (2017). Precarização do trabalho e o processo de derrocada do trabalhador. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 20(1), 1-13. 10.11606/issn.1981-0490.v20i1p1-13

Bauman, Z. (2001). Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Zahar.

Bauman, Z., & Leoncini, T. (2018). Nascidos em tempos líquidos: transformações no terceiro milênio. Zahar.

Benneli, S. J. (2009). A cultura psicológica no mercado de bens de saúde mental contemporâneo. Estudos de Psicologia, 26(4), 515-536. https://doi.org/10.1590/S0103-166X2009000400012

Bryant, R. A. (2008). Hypnosis and anxiety: early interventions. In: M. R. Nash, & A. J. Barnier. The Oxford Handbook of Hypnosis Theory, Research and Practice. Oxford University Press.

Debórd, G. (2003). Sociedade do espetáculo. EbookBrasil.

Dejours, C. (2012). Trabalho vivo II: trabalho e emancipação. Paralelo 15.

Dunker, C., Paulon, C., Sanches, D., Lana, H., Lima, R. A., & Bazzo, R. (2021). Para uma arqueologia da psicologia neoliberal brasileira. In: V. Safatle; N. Silva Junior; C. Dunker (Orgs.). Neoliberalismo como gestão do sofrimento (1º ed., pp. 1-301). Autêntica.

Enriquez, E. (2014). O trabalho, essência do homem? O que é o trabalho?. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 17(spe), 163-176. 10.11606/issn.1981-0490.v17ispe1p163-176

Erickson, M. H. (1983). Seminário didático com Milton Erickson. Imago.

Erickson, M. H., & Rossi, E. L. (1979). Hypnoterapy, an exploratory casebook. Irvington Publishers.

Figueiredo, P. H. (2005). Mesmer, a ciência negada e os textos escondidos. Lachâtre.

Haley, J. (1991). Terapia não-convencional: as técnicas psiquiátricas de Milton H. Erickson. Summus.

Han, B. C. (2017). Sociedade do Cansaço. Vozes.

Jensen, M. P., & Patterson, D. R. (2014). Hypnotic approaches for chronic pain management: clinical implications of recent research findings. The American psychologist, 69(2), 167–177. https://doi.org/10.1037/a0035644.

Jensen, M. P. & Patterson, D. R. (2014). Hypnotic approaches for chronic pain management: clinical implications of recent research findings. The American psychologist, 69(2), 167–177. https://doi.org/10.1037/a0035644

Kihlstrom, J. F. (2008). The domain of hypnosis, revisited. In: Nash, M. R., & Barnier, A. J. The Oxford Handbook of Hypnosis Theory, Research and Practice. Oxford University Press.

Neubern, M. (2004). Histórias que (não) curam: sobre narrativas em hipnose clínica. Psicologia Ciência e Profissão, 24(3), 58-65. https://doi.org/10.1590/S1414-98932004000300008

Neubern, M. S. (2002). Milton H. Erickson e o cavalo de tróia: a terapia não convencional no cenário da crise dos paradigmas em psicologia clínica. Psicol. Reflex. Crit. 15(2), 363-372. https://doi.org/10.1590/S0102-79722002000200013

Neubern, M. S. (2006). Hipnose e Psicologia Clínica: Retomando a História Não Contada. Psicol. Reflex. Crit. 19(3), 346-354. https://doi.org/10.1590/S0102-79722006000300002

Neubern, M. S. (2007). Sobre a Condenação do Magnetismo Animal: Revisitando a História da Psicologia. Psic.: Teor. e Pesq., 23(3), 347-356. https://doi.org/10.1590/S0102-37722007000300015

Neubern, M. S. (2008). Reflexões sobre o magnetismo animal: contribuições para revisão da história da psicologia. Estud. psicol., 25(3), 439-448. https://doi.org/10.1590/S0103-166X2008000300012

Neubern, M. S. (2012). Drama como proposta de compreensão da clínica de Milton Erickson. Interação Psicol., 16(2), 307-315. http://dx.doi.org/10.5380/psi.v16i2.25294

Neubern, M. S. (2018). Hipnose, dores crônicas e complexidade: técnicas avançadas. Editora Universidade de Brasília.

Neubern, M. S. (2020). Hipnose, iconicidade e dores crônicas: considerações clínicas. Psicologia em revista, 26(3), 1000-1019. https://doi.org/10.5752/P.16789563.2020v26n3p1000-1014

Neubern, M. S. (2021). Aspectos Alegóricos dos Contos de História na Hipnose de Erickson. Semeiosis: semiótica e transdisciplinaridade em revista, 9(2), 1-16. 10.53987/2178-5368-2021-12-09.2

Neubern, M. S., & Nogueira, H. G. (2019). Iconicidade como alternativa de explicação para hipnose de Milton Erickson. Phenomenological Studies - Revista da Abordagem Gestáltica, 25(1), 62-72. 10.18065/RAG.2019v25.5

Parecer CFM nº 2.172/97, de 18 de agosto de 1999. Hipnose médica. https://sistemas.cfm.org.br/normas/arquivos/pareceres/BR/1999/42_1999.pdf

Pavón-Cuéllar, D. (2017). Subjetividad y psicología en el capitalismo neoliberal. Psicologia Política, 17(40), 589-607. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rpp/v17n40/v17n40a11.pdf

Peyon, E. R. (2019). Sobre o trabalhar contemporâneo: diálogos entre psicanálise e a psicodinâmica do trabalho. Blucher.

Resolução CFO nº 82, de 25 de setembro de 2008. Reconhece e regulamenta o uso pelo cirurgião-dentista de práticas integrativas e complementares à saúde bucal. https://sistemas.cfo.org.br/visualizar/atos/RESOLU%C3%87%C3%83O/SEC/2008/82

Resolução CFP n.º 013, de 20 de dezembro de 2000. Aprova e regulamenta o uso da Hipnose como recurso auxiliar de trabalho do Psicólogo. https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2000/12/resolucao2000_13.pdf

Resolução nº 380/10, de 03 de novembro de 2010. Regulamenta Regulamenta o uso pelo Fisioterapeuta das Práticas

Integrativas e Complementares de Saúde e dá outras providências. https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3143

Resolução nº 491, de 20 de outubro de 2017. Regulamenta o uso pelo terapeuta ocupacional das práticas integrativas e complementares de saúde, e dá outras providencias. https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=8749

Safatle, V. (2021). A economia é a continuação da psicologia por outros meios: sofrimento psíquico e o neoliberalismo como economia moral. In: V. Safatle; N. Silva Junior; C. Dunker (Orgs.). Neoliberalismo como gestão do sofrimento psíquico (1º ed., pp. 1-301). Autêntica.

Sánchez, P. M. R., Bring, K. R., Rodríguez, M. R., Gallardo, J. E. S., & Aragoneses, Y. L. (2020). La anestesia hipnótica como único proceder para analgesia en exodoncia. Modelación estomatológica y neurofisiológica. Multimed, 24(6), 1312-1332. http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1028-48182020000601312&lng=es&tlng=.

Sandel, M. (2013). O que o dinheiro não compra: os limites morais do mercado. Civilização Brasileira.

Sartre, J. P. (1970). O existencialismo é um humanismo. Les Éditions Nagel,

Sennet, R. (1999). A corrosão do caráter. Record.

Downloads

Publicado

2022-12-30

Como Citar

Reis, C. E. S. (2022). APONTAMENTOS SOBRE HIPNOSE E A LÓGICA DE MERCADO. Revista Ciências Humanas, 15(1). https://doi.org/10.32813/2179-1120.2022.v15.n1.a906