TRABALHADORES DO CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO EM ASSISTÊNCIA SOCIAL: DIFICULDADES VIVIDAS NO COTIDIANO PROFISSIONAL
DOI:
https://doi.org/10.32813/rchv10n22017artigo12Palavras-chave:
Desenvolvimento humano. Sofrimento no trabalho. Centro de Referência de Assistência Social. CREAS.Resumo
O texto é parte dos achados da dissertação de mestrado em Desenvolvimento Humano, em fase conclusiva, intitulada “Os trabalhadores do CREAS: entre o compromisso e a angústia”. A pesquisa objetivou investigar os principais motivos de sofrimento dos trabalhadores que atuam nos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS) em um município do Vale do Paraíba. Reconhece-se a influência do trabalho na saúde física e mental do trabalhador, o que pode incorrer em adoecimento e desgaste da classe trabalhadora. No caso específico da Política de Assistência Social, os trabalhadores sociais além de vivenciarem a precarização das condições de trabalho, lidam cotidianamente com as expressões da questão social como a violência, a pobreza, dentre outras. Para os trabalhadores sociais que atuam com famílias ou indivíduos que tiveram seus direitos violados esse processo é ainda mais complexo. Nas unidades pesquisadas observou-se nas narrativas de assistentes sociais e psicólogos questões determinantes do sofrimento no trabalho tais como o número insuficiente de profissionais, fato que sobrecarrega e frustra os trabalhadores, apesar da Norma Operacional SUAS Recursos Humanos (NOBSUAS/RH, de 2011) determinar a equipe mínima; a carga horária diferenciada entre assistentes sociais e psicólogos, a baixa eficiência da rede socioassistencial, a falta de recursos nas unidades, dentre outros. Tais questões geram nos trabalhadores sofrimento e angústia, na medida em que, não conseguem atender a demanda com qualidade, cumprindo os compromissos profissionais assumidos.
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